13 maio 2025

NANDA COSTA, VIVA A REVOLUÇÃO!

 


agosto 2013
Fotógrafo: Bob Wolfenson
Realização: Fabiana Moritz
Styling: Fabricio Miranda
Cabelo e maquiagem: Wilson Eliodorio

Na noite anterior de começar o ensaio, estava superansiosa. Acordei várias vezes durante a madrugada. Eu me olhava no espelho, via como estava o corpo, imaginava as posições que ia fazer. Apesar da vontade, nunca tinha trabalhado com o Bob. Foi legal conhece-lo já num trabalho de tanta importância, num momento tão especial. Tinha certeza que o ensaio ficaria com muita qualidade. O olhar dele e o apoio da equipe me deram muita segurança. Posar nua não é nenhum bicho de sete cabeças. Foi uma experiência incrível.

Tivemos um probleminha com a polícia cubana, estávamos fotografando no Malecón (famosa orla de Havana), e o pessoal gritou: “Bota o short, fecha o casaco, rápido!” Era um policial que se aproximava. Ele me viu de relance. Saí do carro conversível e fui para a perua da produção. Começou um bafafá – o guarda queria ver a documentação, perguntando se estávamos fazendo fotos de nu, se a mulher era cubana... Ele começou a fazer um certo terror. Chegou a dizer: “Essas ruas tem câmera, hein!” Aí quando a coisa me pareceu bastante séria, fui lá. O policial ficou sem reação quando me viu. Depois disse: “Pena que não posso tirar uma foto contigo, pois estou fardado”. Ele sabia que eu era a Morena de Salve Jorge. Em Cuba passa muita novela da Globo. Segundo o próprio, ele e outros oficiais já tinham assistido a novela, para decidir se liberavam ou não a sua veiculação no país. Enfim, negociei de tirar uma foto com ele mais tarde no hotel sem a farda. E acabou dando tudo certo.
A foto da barbearia tem uma história engraçada. Eu estava ali completamente nua e compenetrada, daí um home, um popular, quebrou uma proteção junto ao topo de uma escada a poucos metros da gente, se debruçou no vão e começou a gritar para mim: “Te quiero, mi amor... Te quiero...” Eu séria, concentrada e peçlada, e o cara falando putaria lá em cima.
Nanda Costa

A ideia inicial era fotografarmos em Paris, no hotel Lutetia, mas mudamos para Cuba e Lutetia foi o nome que dei para a personagem das fotos. Lembro que tomei banho de mar em uma praia próxima a Havana um dia antes de fotografarmos. Dei um mergulho e sequei ao sol. Aí o responsável pela beleza disse: "Esse é o cabelo dela". Enchemos garrafas com água do mar e levamos para o hotel. Em outro momento estávamos fazendo uma sequência em um carro conversível. De repente vejo algumas peças de roupa voando pra dentro do carro e alguém diz: "Veste a roupa e entra na van!" Eram policiais cuba-nos proibindo as fotos. Mas ficou tudo bem. O guarda me reconheceu das novelas e até pediu para tirar uma foto comigo!
Nanda Costa, revista Playboy abril 2016


Foi um desafio e tanto fotografar nua em Havana, sobretudo uma capa da Playboy! Confesso que estava um pouco assustada com tudo, e só fui conhecer o gigante Bob Wolfenson em um jantar na noite anterior ao shooting. Mas não sabia como seria a troca no set. Até que um dia (ou no dia seguinte...) a gente estava indo de uma locação para outra, quando, de dentro da van, eu vi uma barbearia e sugeri fazer uma foto lá. O Bob riu e topou na hora. Tinham alguns homens nas cadeiras, cortando o cabelo etc e eu, ali, só de roupão, esperando. Na hora em que ele encontrou a luz e o enquadramento que queria, pediu, ao mesmo tempo, para os caras saírem e eu ficar pelada. "Temos a foto!". Tínhamos que ser extremamente rápidos e certeiros porque, muitas vezes ouvíamos “ mira uma mujer desnuda” e começava a juntar gente. Aí eu disse que não precisava tirar ninguém, não. Na verdade, criei uma personagem pra me sentir mais segura, coloquei um nome e confiei completamente nesse cara sensível e extremamente talentoso. A reação dele foi engraçada e, mais uma vez, ele comprou a ideia. Resultado: daquela série nasceu uma das fotos que eu mais gostei. O nome disso é parceria e generosidade, algo que, eu acredito, só os grandes profissionais, os grandes gênios de um ofício, são capazes de entender e valorizar.
Nanda Costa


Do meu ponto de vista, ela foi de uma coragem imensa, naquele momento havia uma multidão assistindo à cena e muitos falando coisas que, felizmente, não entendíamos.
Bob Wolfenson


Nanda Costa havia acabado de interpretar seu mais marcante e mais importante personagem na TV, a forte e destemida, Morena. A atriz mais pop do momento assinou um contrato milionário para ser capa da edição de aniversário da revista, e o ensaio antes mesmo de ser feito foi alvo de polemicas. Inicialmente foi noticiado em diversos sites e veículos de comunicação, de que Nanda havia ganhado um pomposo cachê de 3 milhões de reais. Valor que foi desmentido pelo diretor da publicação, porém, na época se garantiu que apesar de ser menor do que o noticiado, o valor seria mesmo na casa dos milhões.

Inicialmente, quem seria o fotógrafo escolhido pro ensaio, seria Terry Richardson. Nanda Costa faria o ensaio em Paris, e até pensava na possibilidade de assim como Cleo Pires, presentear os leitores com dois ensaios em uma mesma edição, o outro, também sob o comando de Bob Wolfenson. Bom, por impasse (ou seria desempasse?) do destino, o trabalho não rolou, e quem ficou responsável foi o mesmo veterano dos 35 anos da revista, sr. Wolfenson.
Com sangue latino, direto de Cuba, Nanda Costa foi responsável por causar ainda mais reboliço ao ver o Brasil inteiro comentando sobre suas fotos. Além claro, do inegável talento diante das câmeras, a ousadia e entrega ao se deparar com diversos cenários de Havana, carros antigos e muros descascados, o que deu mesmo o que falar foi: a depilação da atriz.
Nanda Costa, com seu carisma diante da situação, respondeu: “Eu jamais faria bigodinho de Hitler na terra de Fidel”. E é isso mesmo que ela se mostrou ao ser capa da revista, uma mulher de atitude, forte e que faz o que quer, da maneira que quer, sem receios, nada meia boca, segura de si. Nanda Costa foi a estrela de Havana, e a estrela do Brasil.
Neto Milani


O último grande clássico da Playboy Brasil, com a protagonista da recém-finalizada novela das 9 nua nas ruas de Havana. Nanda e Bob fizeram história.

Thiago Casagrande


Esse ensaio faz o leitor se sentir dentro de Cuba sem nunca ter ido. O clima, o ambiente, a Nanda e sua entrega faz o ensaio ser quente, tropical e caribenho. A estrela consegue passar toda a personagem ambientando o leitor ao clima do ensaio.

Victor Bergami


Nanda parece uma nativa Cubana. Parece que nasceu alí, foi morar fora e voltou, como se nada houvesse acontecido. Anda nua como se de roupa estivesse, sem tempo para pudores. Mais uma entrega certa de todos os envolvidos.

Thiago Ranniere


último grandíssimo ensaio, daqueles pra guardar no coração .. Nanda nua em Cuba, clicada pelo Bob, impossível ficar de fora do Big 5 dos meus ensaios preferidos.

Fernando Mourac



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