10 maio 2025

CLÉO BRANDÃO, UM ENSAIO MUITO SELVAGEM

 


maio 1999
Fotógrafo: J.R. Duran
Edição: Ariani Carneiro
Produção: Florise Oliveira e Regina Hofmann
Cabelo e maquiagem: Kaká Moraes

Foi uma experiencia diferente e muito legal. No começo fiquei apreensiva e tímida, mas depois fui relaxando. Achei superexcitante e natural ficar nua. Eu me senti tão solta que não queria mais parar. Vestida até me sentia mal. Durante as fotos fiquei imaginando como o público vai curtir e isso é muito gostoso.
Numa sequencia de fotos, eu estava completamente nua em cima de uma áevote, só de botas. Aí passou um grupo fazendo safári e tentei me esconder. Obviamente não consegui (risos). Eu fazia parte da selva. Depois, passei a agir naturalmente.
Cléo Brandão, 20P abril 1999


Quando vi pela primeira vez o ensaio da Cléo Brandão na Playboy , percebi que ele não era como os outros. E ao rever agora essas fotos, essa certeza só se reforça. Tudo ali tem um equilíbrio raro entre provocação e espontaneidade — e isso é muito difícil de capturar.
Na primeira imagem, aquele close incrível, é impossível ignorar a expressão dela. O foco está nos olhos claros, quase hipnóticos, mas o gesto de encostar a língua na boca da garrafa de vidro é o que dá o tom. Não é vulgar, é sutil, mas tem uma tensão implícita ali que só quem tem muita presença consegue transmitir. Cléo faz isso com naturalidade — ela não está tentando seduzir, ela apenas é. A câmera só teve o mérito de não atrapalhar. E esse mérito, claro, é de J.R. Duran, que mais uma vez soube exatamente quando disparar o clique — ele tem um talento raro de enxergar além do óbvio.
Já na segunda foto, ela aparece em um momento cotidiano: escovando os dentes, como se a gente tivesse invadido sua manhã no meio do mato africano. Totalmente à vontade, sem artifício, segurando o copo com uma leveza quase distraída. E mesmo nua, com apenas uma calcinha de amarração baixa, o que impressiona não é a nudez, mas a maneira como ela está ali, inteira, confiante, rindo com o olhar, sem parecer posar.
O cenário também fala muito. É visível que estão em uma estrutura rústica, aberta, que remete ao estilo dos lodges de safári no Quênia. A luz é quente, provavelmente da manhã, e bate suave sobre a pele dela. Duran aproveita essa luz natural como poucos. Não há fundo montado, nem necessidade de composição forçada — tudo é orgânico. É essa combinação entre simplicidade e atitude que faz esse ensaio ser tão icônico.
Como fã, não me impressiona só o corpo, que claro, é lindo. O que me prende é a atitude, a forma como ela parece pertencer a cada foto sem precisar se justificar
Poucas modelos conseguiram isso numa Playboy. Cléo Brandão fez parecer fácil — e J.R. Duran teve a sensibilidade e o olho preciso para eternizar esse momento com elegância e verdade
Jorge Riccelli


Se esse mundo fosse perfeito, ao buscar exemplos da palavra Sexy, teríamos uma foto da "Cléo que veio antes". Uma beleza natural apaixonante.

Marcus Rodrigues





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